19 de dezembro de 2010

discursando.


 
DISCURSO DE FORMATURA

IV TURMA DO CURSO DE PSICOLOGIA

 
por Priscila Caroline Monteiro Souza

 
Ilustríssimo pastor Hélio Carnassale, diretor deste campus do Centro Universitário Adventista de São Paulo; demais autoridades citadas pelo cerimonial; ilustríssima coordenadora do curso de Psicologia, professora Tercia Pepe Barbalho; diletos professores; amados pais e familiares; queridos amigos; senhoras e senhores aqui presentes.

Peço licença para, falando da maneira que sei e voltada para meus colegas, expressar-me diretamente a eles.

Foi por reconhecer que a minha parte hoje, seria também a de aumentar a saudade que, diferentemente do comum, vi minha mente “emudecer-se”.

“Não é sempre fácil ser absolutamente exato quando é necessário ser breve”, disse Freud.

Confesso que fiz esforço grande para não me desesperar diante da necessidade do cumprimento desta tarefa tão honrada. De muito pensar, cansei.

Como que pega de surpresa, me espantei com a velocidade dos acontecimentos deste final de semana da nossa graduação em Psicologia, alvo que perseguimos avidamente durante os últimos cinco anos. Surpreendida por uma repentina e incomum ausência dos afazeres da faculdade, percebi que, em minha mente, estavam congeladas lembranças compostas de luta, amor, gratidão e nada mais. Creio que vocês experimentam o mesmo agora.

Quando falo de amor, lhes conto desse sentimento que cultivado durante quatro anos, desabrochou nesse último. E que curiosa é a maneira como aprendemos a amar!

Se a dádiva da percepção aguçada é o que de mais precioso adquirimos com a prática da Psicologia, não foi preciso muito esforço para notar que passei a chamá-los de príncipes e princesas, literalmente falando. Era uma enxurrada amável de tal apelidinho. Pensei durante um tempo, se não estava sendo deveras artificial e em nenhum momento me convenci do contrário. Vocês são príncipes e princesas lindas! Não por herança, mas por escolha!

Sim. Amamos quem divide com a gente dias de estudo e trabalho. Amamos quem nos faz rir. Amamos quem dá ou aceita ajuda. Amamos quem sabe ser carinhoso em meio ao choro e desespero. Existe amor em nós e é bom falar sobre ele. Ele é energia que se multiplica e torna melhor o dia, o tempo e a vida. Sentir-se amado é o primeiro passo para que expressemos amor, saibam vocês. E o que são o exercício e a prática psicológica, senão a luta contra as contingências deste mundo estranho e desalmado? Senão o compensador esforço para que nos respeitemos mutuamente e vivamos melhor?

Pensem em cenas que passamos juntos: as lembranças, melhores e piores, sinalizam que tudo, absolutamente tudo que vivemos, foi decisivo, necessário e importante. Apaixonados por tudo que é inerente à natureza humana chegamos aqui com sede do conhecimento, loucos por alcançar a liberdade, desejosos por trazer alívio para aqueles que nos procurariam um dia. Qual não foi a nossa surpresa quando descobrimos que para tanto seria preciso desconstruirmo-nos por inteiro, para então sermos refeitos. Reconhecemo-nos preconceituosos demais, faladores demais, despreparados demais, donos de uma visão rasa da vida, carecendo primeiramente do conhecimento próprio. Só quando nos demos conta dessa realidade, é que a psicologia passou a fazer seus primeiros efeitos dentro de nossas mentes e precisa continuar fazendo, diga-se de passagem.

Numa sala onde não cansávamos de falar e debater – tomada por mulheres e alguns homens (especiais, por serem versados também na arte dos debates e conversas infindáveis) – foi que emendamos cenas, falamos do passado, do futuro, rimos e nos confortamos. Naquele mundaréu de palavras, no excessivo conteúdo, ficou evidente uma curiosa situação: estávamos com a conversa atrasada e ainda estamos. Como no processo terapêutico, hoje sentimos que não houve tempo para dizer tudo, e experimentamos o que nossos clientes já sentem: o tempo nunca será suficiente!

Nesse processo, concentramo-nos no nosso preparo e descobrimos que é difícil mudar de casa, sair da casca. Mudanças são contrastes de estados e por isso, doloridas. É nascer de novo como criança, novinha em folha. Esse foi o conselho do Mestre Jesus. É preciso coragem para a ruptura. Estivemos como que saídos do banho e agachados enrolados na toalha, pensando na vida. Demoramos um tempo até tomarmos coragem para mudar de posição, porque mudar é um parto, sempre. Mesmo que o novo mundo seja melhor, mesmo que a novidade suscite entusiasmo, muitas vezes nos acovardamos.

Afinal, descobrimos teorias, fizemos teste delas em nós e nos outros. Começamos a treinar um novo tipo de olhar tudo em resposta àquilo que durante toda a faculdade e seguramente, durante toda a vida, recebemos do mundo e das pessoas.

E o que recebemos? De quem recebemos? O que somos hoje para que de nós mesmos não nos afastemos como dita o lema da turma?

John Powell, fala de uma sábia verdade, que parafraseio:
“Somos o que pensamos, sentimos, valorizamos, honramos, estimamos, detestamos, desejamos, acreditamos e comprometemo-nos. Essas coisas que nos definem pessoa, estão em um processo de mudança permanente, a não ser que nossas mentes e corações estejam irremediavelmente bloqueados. [...] Observem, queridos, nossos olhares e faces. É certo que mudamos. Independente dessa aceitação pessoal, sempre teremos temor em lhes dizer quem somos porque se lhes dissemos quem somos, vocês podem não gostar, e isso é tudo o que temos.”

Tivemos receio sim de abrir a alma, porque fazê-lo exigia desprendimento. Exigia falar, cada um, um pouco acerca de uma história comprida, já gasta pelo caminho. Separados do nosso bem-estar, precisávamos encontrar lugar para nossas imperfeições e limites, esperançosos de receber um abraço em troca. Certo é que descobrimos que os ganhos em abrir-nos foram e sempre serão muito maiores que as perdas.

Valeu à pena!

Tudo isso é fruto do que vimos acontecer ao nosso redor, em cada um de nós. Hoje mais amadurecidos, temos consciência de que fomos estimulados para a excelência por meio do investimento de atenção e paciência dos nossos pais, que, a uma distância respeitosa, cuidavam em oração dos nossos passos. Somos o que somos porque encontramos orientação na fala e no olhar acolhedor de cada professor. Porque entendemos melhor as correções. Somos o que somos porque, amorosos foram nossos irmãos, que nos dividiram com tantos amigos; porque compreensivos foram os companheiros escolhidos para a vida, que viram as horas com eles serem diminuídas por conta de tantos pacientes e relatórios. Bondosos foram os filhos, que hoje já mais crescidos, entendem o tempo de ausência no lar. Maravilhoso foi Deus, Aquele que em primeiro lugar nos deu a vida e nos conduziu a todo instante. Agraciados somos porque hoje compreendemos o propósito divino de nos ter trazido para essa abençoada Instituição.

Olhem para trás. Percebam o quanto as lutas diminuíram de tamanho. Isso é a vida revelando-se boa! Estamos nascendo de novo: diferentes, autênticos, cientes da busca necessária pelo estudo, por algo que nos inspire, que continue nos motivando para o bem.

Se vemos a vida assim, se entendemos a importância de ter Deus, se hoje não estamos alheios às nossas responsabilidades, se respeitosamente aprendemos a acolher o outro tendo paciência para que ele cresça e mude como nós mudamos, estamos prontos para ir. Prontos para amar e continuar aprendendo acerca do amor. Para viver a luta da complexidade e particularidade das pessoas. Porque acerca da liberdade entendemos que o mais seguro para vivê-la, é fazendo uso dos nossos princípios, raízes, valores e ética, sempre.

Que haja suavidade para não fazermos da vida tudo sempre igual.

Hoje, num pedido como o de Salomão, que reconhecendo sua pequenez pediu ao Senhor sabedoria para guiar o povo, sei que esse é o maior desejo dos nossos corações. Que Deus nos ouça, que ele encontre espaço para trabalhar em nós e por meio de nós.

Que tudo isso aconteça porque carregamos no peito um coração agradecido.

Nós conseguimos! JUNTOS!
Eu amo vocês e vou sentir saudade.


São Paulo, 19 de dezembro de 2010

16 de dezembro de 2010

15.12.12



o dia de ontem foi.. intenso, seria a palavra.
O celular não parou um segundo, e as novas notícias boas e complicadas, chegavam a todo momento. 
No meio disso tudo só posso ter certeza de que D-s tem senso de humor
e que sabe bem usá-lo.
D-s tira riso da gente! riso distinto de todos os outros. 
um riso inacreditável. 
Não por que já tenhamos todas as certezas da vida, mas porque minuto a minuto Ele vai permitindo que as respostas cheguem, 
que as diversas direções sejam vistas e respeitosamente ponderadas. 
D-s sabe o que é ELABORAR, psicologicamente falando. 
Ele vê o quanto suporto, o quando me importo.. 
O que é honesto e o que não é.
O que desejo e o que é bom pra mim. Ele conhece o que valorizo e amo 
mais do que eu mesma. 
Deus é Deus, porque dEle é que flui a incompreensível força motivadora 
que impulsiona seus filhos a continuarem a vida mesmo que por anos 
ela pareça desconexa e improdutiva.
Perde quem crê, que não há razão maior para seguir adiante. 
A esperança do Céu não passou a existir assim, sem motivo. 
E da vida aqui nesse planeta, há sempre grandes chances de receber 
belas dádivas. e a melhor delas é ter convicção de que Aquele, 
que já viu tudo até o final, sabe como 
fazer o meu e o seu desfecho ser plenamente feliz. 
certamente o tempo de colheita é Ele quem determina. e eu prefiro deixar assim como está. 
Ele dá as dicas, mas a minha tarefa sempre será selecionar os grãos.


só acho D-s meio farturento, exageradamente falando. 
acostumado a ser tão grande, Ele imagina que temos braços tão grandes quanto os dEle..
E essa mania de grandeza de quem é filho de rei precisa ser controlada. (manias do tempo do éden). 
uma coisa por vez, um dia por vez. É o suficiente! 
Essa lição vale para o dia de hoje e para todos os outros que virão. 


"o futuro, a Deus pertence!"

7 de dezembro de 2010

acordo de não querer.



Passou por perto, mas não vai entrar. 
Passou perto demais, até te guardei um espaço.
Não sei onde você está agora, mas estava perto. 
Eu deveria ser engraçad'a', mas não vi graça.