29 de novembro de 2011

eu, encantada por essa ideia.

Quero


Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas:Eu te amo.


Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte, 
como sabê-lo?


Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amaçao
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.


Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão, 
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.


No momento em que não me dizes:
Eu te amo
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.


Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.
c.d.Andrade

9 de novembro de 2011

the best yet in coma.


Fico sem saber separar sentimento e sensação, do lugar nordeste. 
Vira tudo a mesma coisa ouvir, sentir, falar, cantar, experimentar.
Dá uma sustança pra vida que só vendo! 
mesmo que o melhor continue pedindo para que eu não me avexe.


"Sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o poder do lugar." 
dizem que é  de g.Rosa

3 de novembro de 2011

percatas do vô: só elas sabem quanto andaram e o que aprenderam.


Arruma a cangalha na cacunda que a rapadura é doce mas não é mole não
E genipapo no balaio pesa,
Anda, aperta o passo pra chegar ligeiro,
Farinha boa se molhar não presta
Olha lá na curva a chuva no lagedo

Quem foi que te disse que a vida é um mar de rosas?

Rosas têm espinhos, e pedras no caminho
Daqui até a cidade é pra mais de tantas léguas
Firma o passo, segue em frente,
Que essa luta não tem trégua
Fica na beira da estrada quem o fardo não carrega
A granel felicidade não custeia o lavrador
Vamos embora que a jornada é muito longa
E não há mais tempo de chorar por mais ninguém
Lá na feira a gente compra, a gente vende,
A gente pede, até barganha aquilo que comprou
E te prometo que depois no fim de tudo na Quitanda da Esperança
Eu te compro um sonho de açúcar mascavo embrulhado num papel de seda azul

[Só] Pra te consolar ôh
j.Alexandre