29 de outubro de 2010

era uma vez o Oeste.

"Sem que ela perceba, um cavaleiro vem a galope por trás dela. 
Debruça-se da sela, passa-lhe o braço pela cintura. O gesto é rápido. 
Quando sente o braço do homem, seus pés já não estão mais tocando o chão. Ela foi rapitada.


continua ...


j.Lane  


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{Essa história precisava ter começado a tempo.
Vou falando dela por aqui, de pedacinho em pedacinho.}

20 de outubro de 2010

sobre a falta de tempo que nos aproximou da gente.

Porque as distâncias eram grandes, escreviam-se cartas. Porque era preciso esperar as cartas, havia tempo. Porque havia tempo, falava-se de amor. Porque falava-se de amor, escreviam-se mais cartas.


E porque era preciso fazer as cartas chegarem mais rápido, construíam-se estradas. Estradas que nos levaram mais rápido ao futuro: encurtaram-se as distâncias.

E porque encurtaram-se as distâncias, aumentou o trabalho. E porque o trabalho aumentou, escasseou o tempo. E pela escassez de tempo, cessaram as cartas. E pela falta das cartas, recesso para o amor.

Porque o amor entrou em recesso, o avanço. E porque veio o avanço, criou-se a tal rede. E porque a rede se criou, encurtaram-se as distâncias. Até mesmo entre os amores. Até mesmo entre os tempos.

E no mundo contido dentro da rede, nasceram de novo as cartas. Agora instantâneas. Que, como aviõezinhos de papel, eram lançadas incessantemente de uma ponta a outra do mapa. Palavras, dores, saudades e sons percorriam num susto longas distâncias, para chegar aos ouvidos da outra ponta do mapa.

O mundo virou teia de cartas. Um emaranhado de dores e amores e gentes se vendo e ouvindo e dizendo em todas as línguas. Um mundo abraçando o mundo carente de cartas, caminhos, estradas e de andar a pé pra relembrar.

Virtuais, as cartas tornaram amores reais.

E a cada nova carta, um mundo de amor. A teia. E a cada novo mundo, mais cartas. E já não era possível desfazer os nós. E as pessoas deram-se as mãos, como antes não acontecia. E eram semelhantes as mãos que se davam, sem que a distância fosse empecilho. E era de mãos também a grande teia.

Mas, como o virtual brilhasse, o real perdeu sua força. Não mais se olharam as pessoas. O amor em recesso mais uma vez.

E como o recesso faz buracos, mais gente da ponta do mapa procurou gente da outra ponta. E do meio. E de um pedacinho ao sul ou ao norte. E as latitudes as mais diversas passaram a se olhar, como não mais os olhos se olhavam. E como as palavras de longe chegavam ao pé do ouvido, falou-se de perto. E porque de longe acendiam-se almas, encurtaram-se as distâncias.

Mas, um dia, de tanto viajarem as cartas, encurtando distâncias e mais distâncias, alguém olhou para o lado e descobriu a verdade.

O longe estava perto. O perto estava longe.

E assim a escassez de tempo nos aproximou da gente. A escassez do tempo nos disse verdades com sua voz rouca. E nos perguntamos se tudo isso fazia sentido. E choramos. E escrevemos novas cartas. E nos demos as mãos de verdade. E nos olhamos no olho. E redescobrimos o tempo.

E amamos. Não mais a escassez. Não mais o virtual. Não mais o longe.

E permanecem as cartas que vão e voltam. Mas o amor não entra mais em recesso.
c.Guerra

12 de outubro de 2010

cantarolando.

Letra e música que valem muito à pena.
Pra aprender a ser feliz no hoje, 
o dia de ser um bom adulto.
Que as lembranças dos dias infantis 
não se apaguem nunca.

(:

                                                            j.Mayer

move on.

 'Ninguém escolhe ser esquisito.
A maioria nem percebe que é até irremediavelmente ter se tornado um.
Mas não importa o esquisito que você acabe sendo ..
As chances são de que ainda exista alguém para você.
Porque quando se trata de amor,
nem esquisitos podem esperar para sempre.'

10 de outubro de 2010

como cobras, da nossa maneira, nós mudamos de pele.


Quando dizemos coisas como "as pessoas não mudam", deixamos os cientistas loucos.
Porque a mudança é literalmente a única certeza da ciência.
Energia, matéria estão sempre mudando, transformando-se, fundindo-se, 
crescendo, morrendo.
O modo como as pessoas tentam não mudar que não é natural. 
Como queremos que as coisas voltem, em vez de as aceitarmos,  
como nos prendemos a velhas memórias, em vez de criarmos novas. 
O modo como insistimos em acreditar, apesar de todas as provas contrárias, 
que algo nessa vida é permanente.
A mudança é constante,
como experimentamos a mudança depende de nós. 
{Porque mudança pode ser morte ou nascer de novo.}
g.Anatomy

8 de outubro de 2010

carol e mi.

Tenho um apreço imenso pelos retratos. eu sei que virou modinha dá uma 
de fotógrafo, mas não ligo. gasto mesmo algumas horas na internet procurando pelos melhores ângulos, cores e sensações, e me encanto com o olhar atípico de alguns! Na verdade prefiro mesmo é traçar hipotéticos perfis desses profissionais a partir do que mostram {vícios da profissão}.
Nessas férias colportando pela segunda vez, conheci essas duas irmãs que 
se amam assim de um jeito só delas. Uma que fala demais [hehe] e a outra 
que ainda não o sabe fazer. Lindo de ver! (:
Daí, o resultado foram tantos beijos, abraços e sorrisos quanto possível.
Foi a 1ª vez que fiz isso e essas são algumas que mais gostei.










7 de outubro de 2010

'aÔ cancêra'.



tenho medo de ver-te
necessidade de ver-te
esperança de ver-te
insipidezes de ver-te
tenho ganas de encontrar-te
preocupação de encontrar-te
certeza de encontrar-te
pobres dúvidas de encontrar-te
tenho urgência de ouvir-te
alegria de ouvir-te
boa sorte de ouvir-te
e temores de ouvir-te
ou seja
resumindo
estou danado
e radiante
talvez mais o primeiro
que o segundo
e também
vice-versa. 
m.Benedetti


[Não é pra tanto, mas combina]

6 de outubro de 2010

tudo que preciso.



p.Mota  

Quis escrever isso aqui antes que o tempo engolisse o sentido.
Se trata de um post feito num tom bem pessoal {como se os demais aqui não o fossem.. rs}.
Percepção aguçada é um dos processos cognitivos que a vida e a faculdade mais me 
ajudaram a desenvolver e pessoalmente considero especial a capacidade 
de sacar, tirar lições, refletir, construir pensamento crítico, 
posicionar-se, efetuar mudança, expressar-se e alcançar corações e mentes 
a partir de coisas simples, bem simples.



Partindo do pressuposto musical de que "conhecer Jesus é tudo que preciso
conhecer", concluo que realmente ainda não O sei como poderia. 
E isso se dá porque bem provavelmente eu esteja gastando mais tempo 
vivendo dissolutamente. 
A imagem acima me tocou por inúmeras razões. Principalmente 
porque ela retrata a minha e a sua prodigação atual e mais acentuado:
a maneira maravilhosamente generosa como Deus nos recebe
e nos lava, efetuando mudança [ou ao menos desejando efetuar].
Curioso é quando Davi, no auge do seu clamor e arrependimento
deixa escapar no Sl. 51:10, como somos e do que precisamos. 
Ele diz:

"Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e 
renova em mim um espírito reto." 

Quem cria, trás à existência algo totalmente novo. 
Renovação por sua vez remonta a preexistencia.
Sim! O reflexo da nossa tendência e escolha deliberada pelo pecado 
faz-nos dar conta de que não temos um coração puro,
de que ele nunca existiu dentro de nós! Nunca fez parte da nossa natureza. 
E essa é a tristeza de Davi.
Em contrapartida, o pedido por renovação de espírito proporciona entender 
mais uma vez, que conhecer Jesus é possível porque a linha de
comunicação entre o nosso coração e o coração de Deus nunca,
em momento algum se desfez. Que a nossa necessidade por Deus e a
expressão de Seu amor acontecem porque continuamos
eu/você e Deus nos falando por meio do Espírito Santo, e qual não foi 
a responsabilidade deste se não impedir que nos sentíssemos sozinhos?
O espírito originalmente reto anda meio torto, é verdade, precisando 
ser endireitado. Mas ele existe dentro de nós e isso é lindo!
Esta é a prova cabal de que não estamos aqui por acaso e de que somos 
e sempre seremos bem cuidados.
Agora, entendo a finalidade espiritual da água. 
Limpeza é o que de melhor o Senhor pode fazer em nós agora,
dia após dia com a nossa permissão. Recriação apenas quando Ele vier.
Certamente nenhuma dessas instancias exclui ou excluirá aquilo
a que fomos chamados a fazer (porque completa o sentido),
nesse tempo e fora desse tempo:
"..conhecê-lo, amá-lo e servi-lo. Possuí-lo."

Você ora comigo?

"Jesus Querido, as minhas sujeiras tem me impedido de Te ver
com toda clareza que preciso. Tem me feito ter vergonha de te servir,
de dizer que te amo, principalmente porque gosto delas. Mesmo assim,
não posso negar que a Tua voz constante, mansa e suave
tem sempre me alcançado. Não sei como fazê-lo, mas preciso
de renovação para não deixar de esperar a recriação do meu coração.
Não desista de mim, Senhor. Enquanto isso, vou continuar tentando. 
Amém!"