8 de março de 2012

Bella.

Ilustração: Marina Faria

Mamãe tinha 12 anos quando entendeu que em casa não dava mais. Sem que lhe dissessem, descobriu que os livros eram suas asas, e foi para ser canário livre que voou. Aguerrida, Robelícia desbravou o mundo domesticando lares de dia e domando as letras à noite até encontrar, aos 18 anos, papai - um amante das passarinhas sabidas, lindas e livres. Em amor, descobriram que podiam tudo: crescer, libertar suas próprias almas e multiplicarem-se. Daí aos 20 anos, na 7ª série e gestando-me, foi aluna exemplar. Aos 21 anos, na 8ª série e grávida do mano, reafirmou-se inacreditável. Sem tomar atalhos (porque as letras precisam enfileirar-se uma a uma para tornarem-se história), cuidou de ensinar-nos o Bê A Bá da vida em tempo integral. Ela entendia que disso dependeria o futuro e acertou. 

Aos 45 anos é linda no que faz: professora de Português e História, psicopedagoga, esposa e mãe. Talvez não precisasse dos títulos já que o Eterno lhe inspirou assim. 

E a canária fêmea segue batendo asas, agora em velocidade reduzida ao encontro dos ventos tranquilos e frescos. Merece. Nota-se: mesmo imperfeita nunca esteve com a plumagem mais viçosa!!! Canta em lindo tom, afinada com os dias, com as pessoas, consigo mesma. Satisfeita, olha para trás e sabe que não está mais só. Trouxe sob suas asas e ao seu lado o melhor, os seus. 

Hoje, mamãe Bella é história escrita, mulher de encantos, inspiração para os meus voos mais acertados. E de cor ensina com ou sem giz, como as letras dançam a canção do possível.

O dia é nosso meninas, mas para mim poderia ser todo dela! :)

p.s: Sem saber, a ilustradora acertou em cheio. 
Mamãe ama amarelo.

Um comentário:

  1. Quanto amor e sensibilidade ao descrever uma das pessoas mais importantes da nossa vida:Bellinha!!!Que linda homenagem, bastante merecida!!Parabéns pelo texto perfeito!!Amo vocês! Tia Ana

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